Marcha lenta na A25 contra introdução de portagens
IN Público on line a 08.04.2011, Por Lusa
Mais de uma centena e meia de veículos, entre ligeiros e pesados, estiveram envolvidos na marcha lenta de cerca de 20 quilómetros, na auto-estrada A25, entre Viseu e Mangualde, em protesto contra a introdução de portagens.
Ao longo do protesto formou-se uma fila de cerca de três quilómetros devido ao acumular de viaturas forçada pela média de 30 quilómetros por hora realizada pelos veículos integrados no protesto.
A razão desta marcha lenta é, explicou Francisco Almeida, da comissão de utentes da A25 (Aveiro/Vilar Formoso), garantir a quem sair vencedor das eleições de 5 de Junho que “o combate é para manter” porque “também as razões pelas quais foram criadas as SCUT (sem encargos para o utilizador) são as mesmas hoje”.
“É uma mensagem clara para quem vier a governar o país após as eleições de 5 de Junho. O combate que temos vindo a travar não é pelo adiamento, e quem vier a seguir fica a saber que as gentes da beira estão disponíveis para continuar esta luta”.
O adiamento da introdução das portagens pelo Governo de gestão não foi “um espanto” para a comissão de utentes “nem uma satisfação, é só um adiamento”.
“O desafio que fazemos é que em Vila Real, Viseu, Guarda e Castelo branco, que os candidatos a deputados digam se são a favor ou contra, para que os cidadãos possam, também, decidir em função disso”, sublinhou.
As razões que estiveram na génese da criação das SCUT, apontou Francisco Almeida, mantêm-se. “Nenhuma das razões foi alterada e essas são também as nossas razões: não há alternativas, poder de compra abaixo da média nacional e o PIB per capita, nestes distritos, está muito longe da média nacional”.
O mesmo pensa João Guedes, emigrante na Alemanha, que integrou este protesto para não ter de “retroceder 30 anos no tempo”, quando a viagem entre Viseu e Vilar Formoso demorava seis horas, comparativamente à pouco mais de uma hora que pode demorar hoje.
“Com as portagens vamos ter de ir pelas estradas alternativas, que não existem, porque vamos levar de Viseu a Vilar Formoso o mesmo que levamos a atravessar Espanha toda, cerca de seis horas”, disse este emigrante na Alemanha, natural de Viseu, mas que faz esta viagem 12 vezes por ano.
A marcha lenta dos veículos percorreu o trajecto entre Viseu e Mangualde, passou pelo centro da cidade e regressou a Viseu à mesma velocidade.
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