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O Movimento Cívico "Filhos da Terra" é constituído por indivíduos com ligações a Mangualde que por motivos pessoais ou profissionais se encontram a viver ou a trabalhar noutras localidades.

Este Movimento é apartidário e pretende ser um contributo de cidadania, tendo por objectivo despertar o interesse da comunidade para determinadas temáticas associadas aos desenvolvimento local e encontra-se aberto a todos os mangualdenses que queiram participar.

03 julho 2008

Livros ajudam a reabilitar bairro social do Castelo

JN de 12 de Maio de 2008

A Câmara de Mangualde lançou a iniciativa "O livro vai ao Bairro", uma forma de levar o acervo da biblioteca municipal a espaços mais degradados do concelho, ajudando à integração social.

Pequena e de olhos espertos, Sandrina agarra-se ao livro que leva para casa. Este será seu durante um mês, mas espera que "as senhoras da biblioteca" regressem brevemente ao bairro social onde mora, em Mangualde, e lhe emprestem outros. Sandrina Vale, de cinco anos, vive no Bairro Nossa Senhora do Castelo, onde as casas, pequenas, instáveis e com falta de condições de habitabilidade, albergam sobretudo famílias de etnia cigana e de retornados das ex-colónias.

Desde Fevereiro que está na Secretaria de Estado de Ordenamento do Território e das Cidades, a aguardar disponibilidade de verbas, um projecto da Câmara para a construção de 89 fogos que permitam àquelas famílias viver com mais dignidade.

No entanto, a Autarquia não quer só reabilitar as estruturas físicas do bairro, mas também a sua imagem. Está empenhada em fomentar relações sociais e humanas com os moradores, para que estes se sintam cada vez mais integrados. Nesse âmbito, lançou a iniciativa "O livro vai ao bairro", que tem como objectivo pôr os seus habitantes - dos mais novos aos mais velhos - a ler, através da "descentralização" do acervo da biblioteca municipal, situada a mais de oito quilómetros.

"Este projecto vem ao encontro da valorização e desenvolvimento pessoal e social. É uma forma de as pessoas se sentirem valorizadas e integradas na sociedade global em que vivemos", justificou, à Lusa, a vereadora Sara Vermelho.

Na primeira sessão de "O livro vai ao bairro", que se repetirá todos os meses, as obras levadas pelas técnicas da biblioteca para uma sala ao lado da capela não chegaram para todos os gostos. Apenas sobraram bandas desenhadas mais destinadas ao público juvenil, tendo todos os restantes livros "voado" em poucos minutos, nomeadamente infantis, de adivinhas, de contos populares e de lendas. Sandrina Vale ainda não sabe ler, mas agarrou-se ao livro "Onde meto o meu nariz?", porque, como explicou, "tem poucas letras e desenhos bonitos".

Não satisfeita, pedia ao pai para levar outro para casa, mas já não havia. "Vamos depois à biblioteca", respondeu-lhe o pai, Sandro Vale, aceitando assim o convite de aquele espaço estará sempre de portas abertas para os receber. De outra geração, também Licínia Lourenço, de 52 anos, acha que "toda a gente deve ler livros". "Adoro os programas deste senhor na Televisão", afirmou, apontando para uma obra do historiador José Hermano Saraiva. Dioguina Jesus, de 75 anos, queria uma Bíblia e pediu à responsável da biblioteca, Maria João Fonseca, para lha arranjar na próxima visita. Maria mostrou-se disposta a satisfazer estes pedidos "à la carte" e até a reforçar o acervo da biblioteca com obras de temas mais apetecíveis para os habitantes do bairro.

Fernanda Costa, técnica de acção social, está confiante no sucesso do projecto. "Eles estão ansiosos por melhorar a imagem do bairro. E é também com pequeninas coisas que conseguimos isso, não só com a intervenção nas casas", frisou.

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