Produção automóvel em Portugal teve melhor arranque dos últimos cinco anos

Muitas vezes os mangualdenses preocupam-se, e com razão, com o que possa acontecer com a Fábrica Peugeot Citroën, mas tendemos a esquecer da sua importância para a economia nacional…

Miguel Prado In Jornal de Negócios online de 11 Fevereiro 2011

Fábricas portuguesas cresceram 49,3% face a Janeiro do ano passado, produzindo o maior volume desde Janeiro de 2006, alavancadas sobretudo pela Autoeuropa, que cresceu 56,3%.

A produção da indústria automóvel portuguesa somou em Janeiro 17.303 veículos, naquele que é o melhor arranque de ano desde 2006, quando no primeiro mês as fábricas nacionais produziram 18.290 unidades.

O volume de produção de Janeiro representou, segundo a ACAP – Associação Automóvel de Portugal, um crescimento de 49,3% face ao mesmo mês do ano passado. Além disso, Janeiro de 2011 fica também bastante acima dos 10.445 veículos fabricados em Janeiro de 2009, ano de crise para a indústria automóvel.

Do volume produzido no primeiro mês deste novo ano 98,6% foi para exportação. A Autoeuropa foi responsável por 63% das unidades fabricadas em Janeiro e a Peugeot Citroën por 32%. A Mitsubishi Fuso, a Toyota Caetano e a VN Automóveis, todas especializadas em veículos pesados e comerciais ligeiros, contribuíram com 3,7%, 0,8% e 0,6%, respectivamente.

Foi em Abrantes, na fábrica da Mitsubishi, que se registou o maior crescimento relativo face a Janeiro de 2010: a Mitsubishi Fuso Truck Europe aumentou a sua produção 56,4%, para 638 unidades. A Autoeuropa, com um crescimento de 56,3%, para 10.901 unidades, ficou logo a seguir.

Em Mangualde, a Peugeot Citroën teve igualmente um crescimento de dois dígitos, aumentando a produção 42,7% em Janeiro, para 5.531 veículos.

Já a Toyota Caetano, de Ovar, viu a produção de Janeiro cair 37,3%, para 131 veículos, enquanto a VN Automóveis, instalada no município de Vendas Novas (e fabricante da marca Isuzu), caiu 15%, para 102 viaturas.

PSD exige discussão pública sobre praia artificial em Mangualde

Publicado in JN a 23-02-2011

O PSD de Mangualde exigiu a abertura de um período de discussão pública sobre o projecto da praia artificial que começará a funcionar no próximo Verão, no âmbito de uma parceria da autarquia com uma empresa privada.

O projecto da autarquia socialista prevê que, de 15 de Junho a 15 de Setembro, esteja a funcionar naquela cidade uma praia artificial com 6.500 toneladas de areia e 945 mil litros de água salgada, tendo como fundo uma simulação da linha do horizonte.

O contrato celebrado entre a autarquia e a organizadora de eventos portuguesa Live it Well, que patenteou este conceito de praia no interior do país, vale para os próximos seis anos.

O PSD exige que "seja inaugurado um período de discussão pública em torno do projecto e do contrato precipitadamente assinado e anunciado pelo presidente da câmara" e feito "um rigoroso estudo de viabilidade económica que apure as vantagens" para o concelho e também as "eventuais perdas" que venha a causar à exploração das piscinas públicas.

A comissão política e os vereadores eleitos pelo PSD referem, em comunicado, que a parceria "compromete avultadas verbas pertencentes a todos os munícipes" e que "não foi sufragada" por estes nas últimas eleições autárquicas.

"Não foi objecto de qualquer discussão pública, tendo sido celebrada entre o presidente da câmara e a empresa privada, no silêncio dos gabinetes", lamentam.

O PSD refere que "as despesas de abastecimento contínuo de água, energia e com a limpeza diária do recinto são integralmente assumidas pela câmara municipal ao longo de todo o ano" e lamenta que isto aconteça "num período em que o país atravessa uma crise extrema" e em que estão identificadas no concelho "graves carências sociais".

Contactado pela agência Lusa, o presidente da autarquia, João Azevedo (PS), lembrou que na reunião do executivo do passado dia 14 os vereadores do PSD não votaram contra este projecto, optando por se abster.

"O que me parece é que estão chateados com o desenvolvimento que estamos a conseguir para o concelho", disse, considerando que este é um projecto "de impacto nacional".

Sublinhou que "é um investimento, um património, que um privado vai deixar no concelho" e que a autarquia rentabilizará nos restantes nove meses do ano.

Admitiu que a autarquia terá de pagar despesas como energia e água, mas que essa verba será insignificante comparativamente ao que poupará por passar a ter um espaço durante nove meses para acolher variadas iniciativas, como feiras.

A praia artificial de Mangualde -- um investimento de um milhão de euros -- terá água salgada, um areal, bares, concertos internacionais e até o homem que vende gelados e as bolas de Berlim.

"Achamos que neste primeiro ano vamos ter um 'apport' importante por causa da novidade e a nossa estratégia de crescimento para os próximos cinco anos assenta na oferta de um cartaz musical de qualidade", revelou terça-feira o director-geral da Live it Well, Rui Braga.

A próxima praia do género pode ser no Alentejo.